Um dia falaram-me de alguém. Uma
alma de pássaro. Uma prova pelo qual todos nós fazemos sentido na vida de e com
quem nos cruzamos. Seja a presença fugaz, seja a presença numa conversa entre
amigos a recordar o carinho misturado com o sabor agridoce da sua não presença.
Mas a tudo se supera com a simples alegria desse alguém ter existido. Não
interessa quem realmente é ou quem foi. Agora não interessa sequer a sua não
presença física neste presente em que vos escrevo. E tão pouco interessa que eu
não o tenha conhecido. Fez e ainda faz sentido a quem desse alguém fala! E fez
sentido para mim que os ouvi a falar. Ainda consigo recordar essa conversa com a
mesma vivacidade com que eles descreviam o alguém. Foi inspiração e ensinamento
de vida, catalisador de alegrias e motivação, foi força, apoio e exemplo para tantos. E foi
HUMANO. Amou, chorou, sofreu, com as suas fragilidades e com todas as suas
forças viveu a sua caminhada e inspirou o ar que todos inconscientemente respiramos,
sem muitas vezes lhe darmos o devido valor. A mim, que de tão longe o vejo,
inspirou-me e fez-me olhar para as pessoas que sobre ele conversavam como uma
dádiva. Àquela mesa, cada um de seu toque especial, juntou-se esse alguém sem
eles se darem conta, de braço dado com quem ele se dedicou de corpo e alma. E no final das
contas ali era eu somente uma testemunha do reconhecimento constante desse
alguém. Senti o toque e a jovialidade de quem na verdade nunca partiu, pois
permanece em cada um deles. Esquecemos com tanta facilidade a
importância que o nosso toque pode ter na vida dos outros e vice-versa. Esquecemo-nos de nós
mesmos. Porque a verdade é que não precisamos de ser muito, não precisamos de
ser mais ou melhores do que já somos. Pois seremos sempre suficientes para quem nos
ama, nos recorda e nos sente, mesmo quando já partimos.
Boa noite.
dedicado a Eduardo,Joe ,Catarina, Dudu e Nuno
Gostei, muito boa partilha =)
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